22/11/2014

Resistência: Rainha Nzinga Mbandi Ngola



Indomável e inteligente, Nzinga Mbandi Ngola foi soberana (1624-1663) do povo Ginga de Matamba e Angola, nascida em Cabassa, interior de Matamba, que altaneira e silenciosa conseguiu juntar vários povos na sua luta contra os invasores portugueses e resistiu até ao fim sem nunca ter sido capturada, tornando-se conhecida pela sua coragem e astúcia. Do grupo étnico Mbundu, era filha do rei dos mbundus no território Ndongo, hoje em Angola, e Matamba, Ngola Kiluanji, foi contemporânea de Zumbi dos Palmares (1655-1695), o grande herói afro-brasileiro. Ambos pareceram compartilhar de um tempo e de um espaço comum de resistência: o quilombo. Enviada a Luanda pelo seu meio irmão e rei Ngola Mbandi, para negociar com os portugueses, foi recebida pelo governador geral e pediu a devolução de territórios em troca da sua conversão política ao cristianismo, recebendo o nome de D. Anna de Sousa. 



 Estratégia política ou conversão? o batismo de Nzinga gera controvérsias até hoje

Depois os portugueses não respeitaram o tratado de paz, e criaram uma situação de desordem no reino de Ngola. A enérgica guerreira, diante da gravidade da situação e da hesitação de seu irmão manda envenená-lo, tomando o poder e o comando da resistência à ocupação das terras de Ngola e Matamba. Não conseguindo a paz com os portugueses em troca de seu reconhecimento como rainha de Matamba, renegou a fé católica, aliou-se aos guerreiros jagas de Oeste e fundou o modelo de resistência e de guerra que constituía o quilombo. Com sua política ardilosa, conseguiu formar uma poderosa coligação com os estados da Matamba, Ndongo, Congo, Kassanje, Dembos e Kissama, e comandou a resistência à ocupação colonial e ao tráfico de escravos no seu reino por cerca de quarenta anos, usando táticas de guerrilhas e de ataques aos fortes coloniais portugueses, incluindo pagamentos com escravos e trocas de reféns. Após a assinatura de um tratado (1656) com o  governador geral, que incluiu a libertação de sua irmã Cambu, então convertida como Dona Bárbara e retida em Luanda por cerca de dez anos pelos portugueses, e sua renúncia aos territórios de Ngola, uma paz relativa voltou ao reino de Matamba até a sua morte, aos 82 anos, sendo sucedida por Cambu, continuadora da memória de sua irmã, mas já estava em curso o declínio da Coligação. Dois anos mais tarde, o Rei do Congo empenhou todas as suas forças para retomar a Ilha de Luanda, ocupada por Correia de Sá, saindo derrotado e perdendo a independência, e no início da década seguinte o Reino do Ndongo foi submetido à Coroa Portuguesa (1771). A rainha quilombola de Matamba e Angola tornou-se mítica e foi uma das mulheres e heroínas africanas cuja memória desafiou tempo, dando origem a um imaginário cultural que invadiu o folclore brasileiro com o nome de Ginga, despertou o interesse dos iluministas como no romance Zingha, reine d’Angleterre. Histoire africaine (1769), do escritor francês de Toulouse, Jean-Louis Castilhon, inspirado nos seus feitos, e foi citada no livro L'Histoire de l'Afrique, da publicação Histoire Universelle (1765-1766).




 estátua de Nzinga em Luanda


 Ainda hoje é reverenciada como exemplo de heroína angolana pelos modernos movimentos nacionalistas de Angola. Sua vida tem despertado um crescente interesse dos historiadores, antropólogos e outros estudiosos do período do tráfico de escravos. Sua resistência à ocupação dos portugueses do território angolano e o conseqüente tráfico de escravos, tem sido motivo de intensos estudos para a compreensão de seu momento histórico, caracterizado por sua habilidade política e espírito de liderança desta rainha africana na defesa de sua nação. Também é conhecida como Jinga, Zhinga, Rainha Dona Ana e Rainha Zinga



17/11/2014

Reflexão: Ser o maior de todos



Heróis são importantes. Eles nos inspiram e nos fazem acreditar em coisas que temos dentro de nós, uma certa coragem que por muitas vezes ainda sequer sabemos. Heróis da vida real, são mais importantes ainda. De todos os problemas que enxergo em nossa sociedade atualmente, o mais danoso, perigoso e triste, é o fato de como não temos mais grandes referências. O esporte sempre foi um dos maiores campo da imaginação para sonhar com estes grandes homens, hora ao lado deles, hora alcançando os mesmos feitos. Poucos atletas foram tão completos, tão corajosos e inspiradores quanto Muhammad Ali.
Boxeador e ativista social, Muhammad Ali nasceu como Cassius Marcellus Clay Jr., em janeiro de 1942 em Louisville, Kentucky. Tendo crescido no Sul, em um período de Segregação Racial, Ali experimentou todo o prejuízo da discriminação, mas conseguiu através do esporte destacar-se. Campeão olímpico, três vezes campeão dos pesos pesados mundiais, Ali destacaria-se também pela força de suas ações políticas contra o preconceito racial, perseguição religiosa, a discriminação e a pobreza dos povos. Sempre com algo a dizer, em um tempo que atletas negros não eram ouvidos, Ali proclamava-se "o maior de todos", rápido e bonito. Não era só um jogo de cena antes das lutas, era uma declaração corajosa e necessária. Uma declaração de liberdade, de poder ser tudo o que se quisesse mesmo tendo que lutar muito contra as dificuldades da vida.


Mesmo tendo perdido seus títulos, por ter se recusado a lutar na guerra do Vietnã, manteve a altivez do espírito de um grande campeão e seguiu em frente até que esta injustiça fosse desfeita.


Ali ainda é desses meus heróis de infância que poderia lutar contra tudo e todos. Não era perfeito, era um homem e como tal errou e acertou em muitas coisas ao longo de sua vida. Mas nas coisas em que acertou ele foi realmente grandioso.

Mesmo hoje lutando contra uma doença terrível que desfaz pouco a pouco a sua memória e o debilita a condição de não poder usar sua famosa eloquência, seus olhos obstinados permanecem. Verdadeiramente um herói da vida real.
Segue abaixo uma de suas mais belas e inspiradoras falas:



Muhammad Ali – Recipe for Life

David Frost: What would you like people to think about you when your gone?.

Muhammad Ali: I’d like for them to say:

    “He took a few cups of love.
    He took one table spoon of patience.
    One table spoon, tea-spoon of generosity.
    One pint of kindness.
    He took one quart of laughter.
    One pinch of concern.
    And then he mixed willingness with happiness.
    He added lots of faith.
    And he stirred it up well.
    Then he spread it over a span of a lifetime.
    And he served it to each and every deserving person he met.”

Tradução: 
David Frost: Como você gostaria que as pessoas pensassem sobre você quando se for?
Muhammad Ali: Eu gostaria que elas dissessem:
Ele pegou alguns copos de amor. Ele pegou uma colher de sopa de paciência. Uma colhar de sopa, uma colhar de chá de generosidade. Uma pitada de doçura. Ele pegou um quarto de risadas. Uma pitada de preocupação. E então ele misturou ansiosamente com felicidade. Ele adicionou muita fé e misturou bem.
Então ele espalhou sobre toda sua vida e ele serviu a cada pessoa merecedora que ele encontrou.


Acese também, nossa página com Cinema, para ver mais a respeito.

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