Joseph (ou Iosef) Vissarionovich Djugashvili, filho de Yakaterina e
Vissarion Djugashvili de origem camponesa, tendo o pai exercido a
profissão de sapateiro, nasceu em 9 (21) de dezembro de 1879, na cidade
de Góri, na Geórgia. Em setembro de 1889 entra para a escola religiosa
quadrienal de Góri. Em 1894, após concluir a escola quadrienal passa a
estudar no seminário de Tífis.
Em 1895 tomou contato com grupos clandestinos dos revolucionários
marxistas russos, exilados na Transcaucásia, e no período 1896-1898,
ainda no seminário em Tífis, Stalin dirigiu os círculos marxistas dos
estudantes, aonde estudou "O Capital", o "Manifesto do Partido Comunista"
e outras obras de Marx e Engels, e começou, também, a ler as obras de Lenin. Nesta época havia adotado o nome de Koba (nome de um personagem
da obra "O Patricida" de um escritor georgiano).
Em 29 de maio de 1899 é expulso do seminário por fazer propaganda do
marxismo. Em dezembro do mesmo ano, passa a trabalhar no Observatório
Meteorológico de Tífis aonde permanece até 28 de Mar de 1901, quando
entra definitivamente para a clandestinidade. Em setembro de 1901, fundou o jornal
ilegal Brdzola, órgão da ala revolucionária dos marxistas georgianos. Em
11 de Nov foi eleito membro do primeiro Comitê de Tífis do
P.O.S.D.R.. O Comitê adere à corrente iskvista-leninista. Em 1903
ingressou no Partido Bolchevista.
A exemplo de L. B. Rozenfeld, que adotou o nome de Kamenev - "homem
de pedra", Joseph Djugashvili adotou, em 1912, o nome de Stalin - "homem
de aço". Neste mesmo ano passou a integrar a redação do jornal Pravda e
ingressou no Comitê Central Bolchevique. Até a vitória da Revolução de
1917, Stalin passou por diversas prisões e exílios, num total de dez
anos da sua vida.
Em 1917 após a vitória da Revolução, Stalin integra o Soviete dos
Comissários do Povo com o cargo de Comissário para as Nacionalidades. Em
Abr de 1922, foi eleito Secretário Geral do Partido Comunista.
Após a morte de Lenin, em 1924, Stalin introduziu sua teoria do
"socialismo em um só país". Em 1926, expulsou Trotsky, Kamenev e Zinoviev do Politiburo, e este último também da liderança do Comitern. Em
Nov desse mesmo ano Trotsky e Zinoviev são expulsos do Partido. Em
1927, deportou os membros do governo que faziam parte da chamada
"Oposição de Esquerda". Em seguida, Stalin formulou sua teoria do "Social
Fascismo", descrevendo que as teorias da Social-Democracia e do Fascismo
são na essência a mesma teoria. A adoção dessa tese implicou na prisão
ou deportação dos membros das
organizações Social-Democratas (das quais os bolchevistas anteriormente
haviam participado). Em janeiro de 1928, Trotsky é banido para o Cazaquistão. Em 1929, Stalin afastou do governo
a ala direita do Partido Comunista, que era liderada por Bukharin e
expulsou Trotsky da URSS. Em Nov desse mesmo ano expulsa Bukharin do Politiburo. A ação repressiva de Stalin vai num crescendo que termina
pela execução de inúmeros lideres comunistas, tais como: Zinoviev, Kamenev, Radek, Pyatakov, Bukharin, Rykov, e toda a chefia do Exército
Vermelho, sem mencionar as execuções de cidadãos anônimos.
Leon Trotski, exilado no México, escrevia uma biografia de Stalin o que
não poderia ser mais perigoso... Uma primeira tentativa de assassinato
em maio de 1940 fracassou, mas a segunda, em 20 de agosto, funcionou
perfeitamente: Trotski foi definitivamente silenciado.
Em 1940, Stalin se torna Presidente do Soviete dos Comissários do
Povo, pouco antes da invasão da Rússia pela Alemanha. Em janeiro de
1943, em plena Segunda Grande Guerra ou Grande Guerra Patriótica como
ficou conhecida na Rússia a segunda guerra mundial, Stalin assume o
posto de Marechal da União Soviética. A 5 de Mar de 1953, após
permanecer 29 anos no poder, Stalin morre,
vitimado por um derrame cerebral.
Após 35
anos de eliminações impiedosas e falsificações sistemáticas, não deveria
ter subsistido o menor vestígio do passado de Iossif Vissarionovitch
Djougachvili-Stalin. Entretanto, bem depois de sua morte, os documentos
continuaram a aparecer. Foi assim que, em 1964, de acordo com o
historiador Roman Brackman, foi encontrado nos arquivos da Okhrana de
Irkoutsk um telegrama de setembro de 1903, proveniente da Okhrana de
Kutaisi, escrito nos seguintes termos: “I. V. Djougachvili tem intenção
de fugir. Não o impeçam. Dêem assistência”. Em novembro de 1966, a
revista Newsweek anunciou a descoberta do antigo diplomata e
sovietólogo americano George Kennan, segundo o qual “o passaporte
utilizado por Stalin para assistir ao Congresso de Estocolmo em 1906
tinha sido fornecido pela polícia secreta”. Depois, em 1990, a
historiadora Z. Serebriakova escreveu no número 7 da revista Sovierchenno Sekretno
que ela havia descoberto nos arquivos de Estado soviéticos a origem do
relatório manuscrito redigido em 1912 enviado à Okhrana pelo agente
Vassili-Ivanov-Djougachvili, sobre as diferentes facções do partido
social-democrata. Enfim, em uma recente biografia de Stalin, Edvard
Radzinsky mostra uma entrevista de Olga Chatounovskaïa, militante
bolchevique desde 1916, presa por ordem de Stalin e reabilitada por
Kruschev: “Chatounovskaïa disse que os documentos sobre a carreira de
Stalin como agente provocador foram mostrados a Kruschev, mas que,
diante dos pedidos para realizar investigações complementares, este
teria levantado os braços ao céu e declarado: ‘É impossível. Isso
significaria que nosso país foi dirigido durante 30 anos por um agente
da polícia secreta do czar’”.
A morte
Nos últimos anos de vida, Stalin só ia ao Kremlin à
tarde e à noite. Depois de assinar a correspondência e receber
visitantes, recolhia-se em sua datcha de Kuntsevo, em plena
floresta, a 15 minutos de carro do Kremlin. Ao redor da vila, protegido
por cercas entre as quais circulavam guardas com cães, ele gostava de
caminhar e respirar o cheiro dos pinheiros. Incapaz de suportar a
solidão depois do suicídio de sua segunda esposa, costumava convidar
três ou quatro colaboradores para um jantar interminável e copiosamente
regado.
O cardiologista Vinogradov, que tratava dele havia 15 anos, recomendou-lhe cuidar da saúde e parar de fumar. Stalin não gostava de receber ordens; tinha medo da morte e, para evitar que o envenenassem, recusava-se a tomar remédio. Eternamente paranoico, encarregou Ryumin, um dos agentes do serviço secreto, de averiguar se os médicos que tratavam dos principais dignitários do partido não haviam fomentado um complô.
No dia 13 de janeiro de 1953, o jornal Pravda denunciou os "assassinos de jaleco branco", professores de medicina, na maioria judeus, suspeitos de atuar sob as ordens do serviço secreto inglês ou americano e de uma organização sionista, a Junta, que, segundo os boatos, se infiltrara nos mais altos escalões do partido.
Não passava um dia sem que os jornais denunciassem novos escândalos, novas prisões. Cochichava-se que jovens oficiais não saíam vivos de certos hospitais. Aparentemente, as enfermeiras sabiam que ocorriam coisas estranhas, mas não se atreviam a dizer nada por medo dos médicos judeus. O processo dos "assassinos de jaleco branco" estava previsto para 5 a 7 de março. Quanto à sentença, não havia a menor dúvida, já se haviam tomado providências para que as execuções ocorressem em 11 e 12 de março.
Por um motivo ou outro, todos se sentiam ameaçados. Viatcheslav Molotov, por ser casado com uma judia. Nikita Kruschev, por causa do partido na Ucrânia. Anastas Mikoyan, por conta da corrupção. Stalin não poupava os colaboradores mais próximos. Demitiu seu fiel secretário Proskrebychev depois de mandar fuzilar sua esposa judia. Mandou prender o chefe de sua guarda pessoal, o general Nikolai Vlassik, suspeito de ter "favorecido os médicos envenenadores". Prometeu poupar a vida de seu médico Vinogradov, "desde que ele reconhecesse francamente seus crimes e delatasse todos os cúmplices", mas só conseguiu arrancar-lhe uma confissão depois de vários dias seguidos de espancamento.
O cardiologista Vinogradov, que tratava dele havia 15 anos, recomendou-lhe cuidar da saúde e parar de fumar. Stalin não gostava de receber ordens; tinha medo da morte e, para evitar que o envenenassem, recusava-se a tomar remédio. Eternamente paranoico, encarregou Ryumin, um dos agentes do serviço secreto, de averiguar se os médicos que tratavam dos principais dignitários do partido não haviam fomentado um complô.
No dia 13 de janeiro de 1953, o jornal Pravda denunciou os "assassinos de jaleco branco", professores de medicina, na maioria judeus, suspeitos de atuar sob as ordens do serviço secreto inglês ou americano e de uma organização sionista, a Junta, que, segundo os boatos, se infiltrara nos mais altos escalões do partido.
Não passava um dia sem que os jornais denunciassem novos escândalos, novas prisões. Cochichava-se que jovens oficiais não saíam vivos de certos hospitais. Aparentemente, as enfermeiras sabiam que ocorriam coisas estranhas, mas não se atreviam a dizer nada por medo dos médicos judeus. O processo dos "assassinos de jaleco branco" estava previsto para 5 a 7 de março. Quanto à sentença, não havia a menor dúvida, já se haviam tomado providências para que as execuções ocorressem em 11 e 12 de março.
Por um motivo ou outro, todos se sentiam ameaçados. Viatcheslav Molotov, por ser casado com uma judia. Nikita Kruschev, por causa do partido na Ucrânia. Anastas Mikoyan, por conta da corrupção. Stalin não poupava os colaboradores mais próximos. Demitiu seu fiel secretário Proskrebychev depois de mandar fuzilar sua esposa judia. Mandou prender o chefe de sua guarda pessoal, o general Nikolai Vlassik, suspeito de ter "favorecido os médicos envenenadores". Prometeu poupar a vida de seu médico Vinogradov, "desde que ele reconhecesse francamente seus crimes e delatasse todos os cúmplices", mas só conseguiu arrancar-lhe uma confissão depois de vários dias seguidos de espancamento.
Reprodução |
O líder soviético com a filha Svetlana, em 1935. Ela registrou em suas memórias que presenciou "coisas estranhas" nos dias que se seguiram à morte do pai |
Às 4 horas da madrugada, Stalin foi se deitar. Os quatro convidados se despediram. Dias antes, Beria tinha conseguido afastar o guarda-costas mais chegado a Stalin, Alexei Rybin, nomeando-o chefe da guarda do Teatro Bolshoi, e substituí-lo por um homem de sua confiança, Krustalev.
Em 1º de março, Stalin, que costumava acordar às 11 horas, não deu sinal de vida. Mas ninguém estava autorizado a entrar em seus aposentos sem ordem expressa dele. O tempo passou. Meio-dia. Duas horas. Seis horas da tarde. Dez horas da noite. Os empregados e os guarda-costas já estavam preocupados. No entanto, havia telefones instalados em todos os quartos, em todos os salões, em todos os banheiros, para que Stalin pudesse pedir o chá, a correspondência, os jornais. Mas não havia utilizado nenhum. Essa rede telefônica era complementada por um sistema de alarme. Os cômodos eram equipados de sensores escondidos nas cortinas e nas portas para que os guardas monitorassem todas as idas e vindas. Ora, nenhum deles havia detectado o menor movimento.
Às 11 horas da noite, depois de muita hesitação, Starostin, o chefe da guarda pessoal dadatcha, tomou coragem. Usando como pretexto a chegada da correspondência do Comitê Central, ousou bater na porta do chefe. Nenhuma resposta. Ele entrou e deu com Stalin caído no chão, de pijama, os olhos arregalados, incapaz de articular uma palavra. Starostin pediu socorro.
Na datcha, não havia médico nem enfermeira. Em vez de chamar um médico, como queriam os empregados, ele achou mais sensato avisar Ignatiev, seu superior hierárquico. Este, por sua vez – e em defesa da própria pele – tomou uma sábia precaução. Em vez de alertar Beria, avisou Kruschev e Bulganin e os levou à casa da guarda da datcha, onde Starostin expôs a situação. Ignatiev os fez jurar guardar segredo absoluto.
Reprodução |
Durante o XX Congresso do Partido Comunista, Kruschev anuncia os crimes de seu antecessor |
Só então Ignatiev pôde prevenir Malenkov. Este saiu à procura de Beria, seu mentor, e acabou tirando-o da cama às 3 horas da madrugada. Beria e Malenkov foram levados ao quarto de Stalin. Receando acordar o chefe, Malenkov tirou as botas novas, que rangiam no assoalho. Diante do corpo inerte de Stalin, Beria se voltou para os guarda-costas: "Lozgachev, por que esse pânico? Não vê que o camarada Stalin está dormindo profundamente? Não o perturbe e pare de nos alarmar".
Então Beria se apressou a ir ao Kremlin, ao gabinete de Stalin, decerto para dar sumiço em alguns papéis comprometedores. Somente às 7 horas da manhã telefonou para o ministro da Saúde, pedindo-lhe médicos. Duas horas depois, portanto, às 9 da manhã de 2 de março, Beria e Malenkov retornaram à datcha, seguidos por Bulganin e Kruschev, depois por Tretyakov, acompanhado de quatro médicos. Para evitar inconvenientes quando se divulgasse o boletim médico, Beria lhes contou que Stalin estava em seu escritório, na véspera, e acabava de sofrer um ataque. Na verdade, ele ficara 14 horas sem socorro.
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Uma nação de órfãos: multidão se reúne na Praça Vermelha de Moscou para se despedir do "Pai dos Povos". |
Depois de muito injuriar os médicos, Beria, no auge da excitação, pôs-se a insultar Stalin, mas este abriu o olho e deu a impressão de apontar o dedo para ele. Aterrorizado, Beria caiu de joelhos, pegou a mão do chefe e a beijou. Pouco depois, o moribundo vomitou sangue, como nos casos de envenenamento. Krustalev, o único que ficou com Stalin na manhã do dia 1º de março, o teria intoxicado durante o sono com um veneno cuja receita seu chefe, Beria, conhecia?
Os quatro dignitários deixaram o enfermo com os médicos e voltaram para o Kremlin. Tinham muito que fazer: discutir a melhor maneira de dividir o poder entre si. O clã Bulganin-Kruschev acabou se entendendo com o clã Beria-Malenkov. Malenkov, que Beria imaginava poder manobrar a seu bel-prazer, seria presidente do Conselho dos Ministros, secundado por quatro vice-presidentes: Molotov, Bulganin, Kaganovich e Beria, que aumentaria ainda mais sua autoridade sobre a polícia. Kruschev seria o secretário do partido.
Só restava fazer com que o Comitê Central, o Conselho de Ministros e o presidium do Soviete Supremo avalizassem a nova organização. Eles tardaram dois dias a convocar e reunir todos: nada menos que 300 pessoas. Tudo se resolveu no dia 5 de março. A sucessão de Stalin foi aprovada unanimemente, sem debate.
Reprodução |
O petit comité do czar vermelho (em sentido horário): Lavrenti Beria, Nikolai Bulganin, Gueorgui Malenkov e Nikita Kruschev |
No dia 6 de março, um boletim oficial anunciou o falecimento de Stalin, atribuído a uma hemorragia cerebral causada pela hipertensão, que provocou paralisia, a perda da fala e da consciência. Um segundo ataque teria afetado o coração e os pulmões. Curiosamente, o boletim omitiu o vômito de sangue.
Entre o povo, alguns reagiram com alívio, outros, com tristeza. Eles se sentiram órfãos. Stalin, seu ídolo, os havia abandonado, fracos e sem defesa, à mercê do mundo capitalista e hostil que os cercava. Sua morte arriscava levar a Rússia para o abismo da anarquia e do caos.
Em 9 de março, na praça Vermelha, uma multidão imensa desfilou para saudar o caixão aberto em que repousava o senhor. Na multidão, várias centenas de homens e, sobretudo, de mulheres morreram sufocados ou pisoteados, como no dia da coroação do czar Nicolau II. Nesse mesmo dia, Polina Molotov foi posta em liberdade e, logo depois, todos os médicos envolvidos no chamado complô “do jaleco branco”, os quais seriam milagrosamente reabilitados.
Propaganda Stalinista
Links para consulta:
Link para o documentário "Stálin, o homem de aço" (legendado em português)
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