Cinco anos e meio depois de vencer a Alemanha nazista, principalmente
no front oriental russo, os ex-aliados Estados Unidos e União Soviética
entram em conflito pelo controle da Coreia, uma nova zona de influência
comercial e territorial na Ásia.
Entre 1951 e 1953, com a Revolução Maoista ocorrida na China, a
Coreia sofre pressões para adotar o sistema socialista. A região sul
resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus
interesses. O conflito dura dois anos e termina em 1953, com a Coreia
cortada pelo paralelo 38° N, uma linha demarcatória que divide dois
exércitos e dois Estados: a República da Coreia (Sul), e a República
Popular Democrática da Coreia (Norte).
Essa demarcação existia desde 1945 por um acordo entre os governos de
Moscou e Washington. Em 1947, na tentativa de unificar a Coreia, a
Organização das Nações Unidas (ONU) cria um grupo não autorizado pela
URSS. A iniciativa não tem êxito. No dia 9 de setembro de 1948, a zona
soviética anuncia sua independência como República Democrática Popular
da Coreia (Coreia do Norte). A região passa a ser dividida em dois
países diferentes – o norte socialista, apoiado por soviéticos; e o sul,
reconhecido e patrocinado pelos Estados Unidos.
Os governos americano e soviético continuam a reivindicar o controle
do território coreano dando início a uma verdadeira luta doutrinária. No
dia 25 de junho de 1950, alegando uma suposta transgressão do Paralelo
38º, o exército da Coreia do Norte invade o Sul, dominando sua capital,
Seul. A ONU não aceita esse ataque e manda tropas, lideradas pelo
general americano Douglas MacArthur, para expulsar os socialistas, que
pretendem unificar o país sob a bandeira do Comunismo.
Em setembro, as forças das Nações Unidas começam uma ambiciosa
ofensiva para retomar a costa oeste. No dia 15 desse mês chegam com
certa facilidade a Incheon, perto de Seul, e algumas horas depois entram
na cidade ocupada. Os 70 mil soldados norte-coreanos são vencidos pelos
140 mil soldados das Nações Unidas. Cinco dias depois, exatamente três
meses após o início das hostilidades, Seul é libertada.
Com o domínio do sul, as tropas multinacionais seguem o exemplo dos
norte-coreanos e também transgridem o Paralelo 38º. Seguem então na
direção da Coreia do Norte, entrando logo depois em sua capital,
Pyongyang e ameaçando a fronteira chinesa ao acuar os norte-coreanos no
Rio Yalu, sede de intensa batalha.
O governo chinês, ao sentir-se ameaçado, envia 300 mil homens em
socorro da Coreia do Norte, entra na guerra e coloca em risco a paz
mundial. As tropas chinesas forçam o General MacArthur a recuar. No dia 4
de janeiro de 1951 conquistam Seul, dominando o suul. Logo depois,
entre fevereiro e março, um novo avanço dos norte-americanos expulsa as
forças chinesas e norte-coreanas e as obriga a retornar ao Paralelo 38º.
O General MacArthur, insistindo em um ataque direto à China, é
substituído em abril de 51 pelo General Ridgway.
O acordo de paz é assinado finalmente em 27 de julho de 1953, por
meio do Armistício de Panmunjon. A fronteira estabelecida em 1948 é
mantida. É criada uma região desmilitarizada entre as duas Coreias, mas
até hoje não se chegou a uma resolução decisiva neste território.
O Paralelo 38, que divide o país em Coréia do Norte e Coréia do Sul e que também compreende ao seu redor a "DMZ", ou "Zona Desmilitarizada", é
uma faixa de terra ao redor do Paralelo 38 que serve como uma zona
neutra entre as duas Coréias. Tem apenas 4km de largura e é a fronteira
mais fortemente armada do mundo. A DMZ foi criada em 1953, com o
cessar-fogo na Guerra da Coréia e o armistício (acordo assinado para a
trégua), sendo que cada lado recuaria suas tropas 2km do front. Porém,
como depois do armistício ainda não houve um acordo de paz, as duas
Coréias ainda estão tecnicamente em guerra. Isso significa que ainda há
várias tropas de cada lado da linha, em constante estado de alerta.
Atualmente, a DMZ é aberta para excursões supervisionadas.
A ONU registrou 118.515 mortos, sendo cerca de 70.000 sul-coreanos,
33.729 americanos e 4.786 de outras nacionalidades, além de 264.581
feridos. Não existe um balanço oficial, mas acredita-se que o número de
baixas entre norte-coreanos e chineses chegue a 1.600.000. Dados não
oficiais indicam que morreram cerca de três milhões e meio de civis.
fonte: Acervo Jornal Estado de São Paulo.
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