11/06/2014

Guerra da Coréia



Cinco anos e meio depois de vencer a Alemanha nazista, principalmente no front oriental russo, os ex-aliados Estados Unidos e União Soviética entram em conflito pelo controle da Coreia, uma nova zona de influência comercial e territorial na Ásia.
Entre 1951 e 1953, com a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coreia sofre pressões para adotar o sistema socialista. A região sul resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. O conflito dura dois anos e termina em 1953, com a Coreia cortada pelo paralelo 38° N, uma linha demarcatória que divide dois exércitos e dois Estados: a República da Coreia (Sul), e a República Popular Democrática da Coreia (Norte).
Essa demarcação existia desde 1945 por um acordo entre os governos de Moscou e Washington. Em 1947, na tentativa de unificar a Coreia, a Organização das Nações Unidas (ONU) cria um grupo não autorizado pela URSS. A iniciativa não tem êxito. No dia 9 de setembro de 1948, a zona soviética anuncia sua independência como República Democrática Popular da Coreia (Coreia do Norte). A região passa a ser dividida em dois países diferentes – o norte socialista, apoiado por soviéticos; e o sul, reconhecido e patrocinado pelos Estados Unidos.
Os governos americano e soviético continuam a reivindicar o controle do território coreano dando início a uma verdadeira luta doutrinária. No dia 25 de junho de 1950, alegando uma suposta transgressão do Paralelo 38º, o exército da Coreia do Norte invade o Sul, dominando sua capital, Seul. A ONU não aceita esse ataque e manda tropas, lideradas pelo general americano Douglas MacArthur, para expulsar os socialistas, que pretendem unificar o país sob a bandeira do Comunismo.
Em setembro, as forças das Nações Unidas começam uma ambiciosa ofensiva para retomar a costa oeste. No dia 15 desse mês chegam com certa facilidade a Incheon, perto de Seul, e algumas horas depois entram na cidade ocupada. Os 70 mil soldados norte-coreanos são vencidos pelos 140 mil soldados das Nações Unidas. Cinco dias depois, exatamente três meses após o início das hostilidades, Seul é libertada.
Com o domínio do sul, as tropas multinacionais seguem o exemplo dos norte-coreanos e também transgridem o Paralelo 38º. Seguem então na direção da Coreia do Norte, entrando logo depois em sua capital, Pyongyang e ameaçando a fronteira chinesa ao acuar os norte-coreanos no Rio Yalu, sede de intensa batalha.
O governo chinês, ao sentir-se ameaçado, envia 300 mil homens em socorro da Coreia do Norte, entra na guerra e coloca em risco a paz mundial. As tropas chinesas forçam o General MacArthur a recuar. No dia 4 de janeiro de 1951 conquistam Seul, dominando o suul. Logo depois, entre fevereiro e março, um novo avanço dos norte-americanos expulsa as forças chinesas e norte-coreanas e as obriga a retornar ao Paralelo 38º. O General MacArthur, insistindo em um ataque direto à China, é substituído em abril de 51 pelo General Ridgway.
O acordo de paz é assinado finalmente em 27 de julho de 1953, por meio do Armistício de Panmunjon. A fronteira estabelecida em 1948 é mantida. É criada uma região desmilitarizada entre as duas Coreias, mas até hoje não se chegou a uma resolução decisiva neste território. 


Paralelo 38, que divide o país em Coréia do Norte e Coréia do Sul e que também compreende ao seu redor a "DMZ", ou "Zona Desmilitarizada", é uma faixa de terra ao redor do Paralelo 38 que serve como uma zona neutra entre as duas Coréias. Tem apenas 4km de largura e é a fronteira mais fortemente armada do mundo. A DMZ foi criada em 1953, com o cessar-fogo na Guerra da Coréia e o armistício (acordo assinado para a trégua), sendo que cada lado recuaria suas tropas 2km do front. Porém, como depois do armistício ainda não houve um acordo de paz, as duas Coréias ainda estão tecnicamente em guerra. Isso significa que ainda há várias tropas de cada lado da linha, em constante estado de alerta. Atualmente, a DMZ é aberta para excursões supervisionadas. 





A ONU registrou 118.515 mortos, sendo cerca de 70.000 sul-coreanos, 33.729 americanos e 4.786 de outras nacionalidades, além de 264.581 feridos. Não existe um balanço oficial, mas acredita-se que o número de baixas entre norte-coreanos e chineses chegue a 1.600.000. Dados não oficiais indicam que morreram cerca de três milhões e meio de civis.


fonte: Acervo Jornal Estado de São Paulo.

 
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