A
Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, foi o conflito que marcou a entrada
dos aviões no mundo militar. Ainda uma invenção recente, o avião se mostrou
extremamente eficiente em combate, criando novas possibilidades de ataques e
meios de observação a longa distância. Era o braço longo dos exércitos,
proporcionando atacar inimigos de surpresa pelo alto e antecipar movimentos de
tropas dias antes delas alcançarem seus objetivos, permitindo criar estratégias
para contê-las. Era o início de uma era revolucionária.
Enquanto
muitos ainda aprendiam a domar os aviões, já havia nesta época um sujeito que
dominava com perfeição a arte de pilotar essas máquinas voadoras. Era o alemão
Manfred von Richthofen, que ficou conhecido como “Barão Vermelho”. Richthofen
foi o maior dos ases da Primeira Guerra Mundial e seu apelido surgiu em virtude
da cor de seus aviões, sempre com detalhes vermelhos ou pintados inteiramente
nessa cor, como era o seu temível triplano Fokker DR1.
Richthofen
era um “Freiherr” (“Senhor Livre”, em alemão), um título de nobreza
frequentemente traduzido como “Barão”. Nascido em Breslau, no então Império
alemão (atualmente Wroclaw, Polônia), o Barão Vermelho foi o segundo de quatro
irmãos – seu irmão mais velho, Lothar, também foi piloto militar. Seus pais
eram o oficial de cavalaria Albrecht ‘Freiherr’ von Richthofen e sua esposa,
Gwendoly, que descendia de um longa linhagem familiar de militares e
aristocratas.
Em
nove anos de serviço militar, o Barão Vermelho alcançou o posto de capitão.
Em
1911, com apenas 19 anos, Richthofen ingressou na escola militar, mas ainda
muito longe de voar. Quando estourou a Primeira Guerra Mundial, era um oficial
de reconhecimento da cavalaria e entrou em ação na Rússia, França e Bélgica.
Porém, com o advento da “guerra de trincheiras”, as operações de seu regimento
se tornaram ineficientes e obsoletas e seu grupo foi extinto. Desta forma,
Manfred passou a servir como entregador de correspondência e operador de
telefone de campo, funções que nunca o agradaram.
Desapontado
por não participar diretamente dos combates, Richthofen pediu transferência
para o setor de suprimentos do exército no início de 1915, onde se interessou
pela aviação. Novamente, pediu outra transferência, mas desta vez para o
Serviço Aéreo Imperial Alemão, que mais adiante ficaria conhecido como
“Luftstreitkräfte”. Seu pedido foi aceito e em maio daquele ano iniciou seus
treinamentos com os novíssimos aviões. E ele aprendeu rápido.
Em
apenas três meses, Richthofen obteve a formação de piloto e partiu para a
frente de batalha aérea, primeiramente como oficial observador em missões de
reconhecimento. Sua primeira vitória nos céus, mesmo não atuando como
“caçador”, aconteceu em Champagne, na França, onde abateu um avião com uma
metralhadora de mão, após um tensa batalha com outro avião de observação
francês, que fez o piloto ter novas ambições na aviação militar.
Em
outubro de 1915, apenas dois meses após a aprender a pilotar um avião,
Richthofen se juntou ao Kampfgeschwader 2 (Esquadrão de bombardeio No. 2) e
passou a voar com um Albatros C.III, atacando posições francesas com bombas
lançadas da própria cabine e fogo de metralhadora, função que realizaria por
quase um ano.
Depois
de um período pilotando aviões biposto na frente oriental, em agosto de 1916
Richthofen se volutariou a ingressar no recém-formado esquadrão de caça, o
“Jasta 2”. Em menos de um mês, o piloto venceu seu primeiro combate aéreo,
sobre Cambrai, na França.
Após
sua primeira vitória confirmada, Richthofen encomendou uma taça de prata
gravada com a data e o tipo do avião inimigo que abateu a um joalheiro de
Berlim, prática que repetiria outras 60 vezes até o fornecimento de prata na
Alemanha ficar limitado durante a guerra, que o forçou a interromper sua
“coleção”.
Em
vez de usar táticas agressivas e arriscadas, como seu irmão Lothar, que também
era piloto e colecionou 40 vitórias, Manfred seguia apenas uma série de
orientações básicas para assegurar o sucesso do esquadrão e de seus pilotos.
Richthofen não era um piloto espetacular ou acrobata, como seu irmão. Por outro
lado, ele era um estrategista notável, um excelente líder de esquadrão e um
ótimo atirador. Geralmente ele atacava de cima para ter a vantagem do sol atrás
dele, com outros pilotos cobrindo sua retaguarda e flancos.
Em
23 de novembro de 1916, Richthofen abateu seu oponente mais famoso, o ás
britânico Major Lanoe Hawker. Essa vitória ocorreu enquanto o piloto alemão
voava um Albatros D.II e Hawker um Airco DH.2. Depois de um longo combate
aéreo, Hawker foi morto com uma bala na cabeça quando tentava escapar de volta
para suas próprias linhas.
Depois
de sua 18ª vitória (em 24 de janeiro de 1917), von Richthofen recebeu o ‘Pour
le Mérite‘, a honraria militar mais elevada da Alemanha na época. Ao mesmo
tempo ganhou o apelido ‘Barão Vermelho’ em seu esquadrão, nome que também
ficaria conhecido do outro lado das linhas inimigas, que sempre o reconheciam
de longe devido as cores vistosas em seu avião.
Manfred
von Richthofen morreu em combate, às vésperas de fazer 26 anos
1.
Manhã de 21 de abril de 1918. O Barão treina seu primo mais novo, Wolfran, para
futuros combates quando se depara com uma patrulha de cinco aviões Sopwith
Camel da RAF, a Real Força Aérea britânica.
2.
Com a briga iniciada nos céus, tropas entrincheiradas dos Aliados - inimigos
dos alemães - observam o Barão em perseguição a um de seus caças, pilotado pelo
tenente Wilfrid May. Quando o Barão se prepara para atacar, outro Camel, guiado
pelo capitão Roy Brown, mergulha para interceptá-lo.
3.
O Barão Vermelho dispara várias vezes e o canadense Wilfrid May escapa com
manobras em ziguezague. Enquanto isso, o Fokker vermelho é abatido por tiros
disparados por Roy Brown e pela artilharia terrestre.
4.
O corpo de Von Richthofen é examinado por uma junta de médicos Aliados. A causa
da morte é uma bala vinda das trincheiras. O projétil entrou abaixo da axila
direita e subiu pelo peito, causando danos mortais ao coração e aos pulmões.
5.
A RAF reconhece o inglês Roy Brown como quem derrubou o maior ás da 1ª Guerra,
mas o artilheiro australiano Robert Buie reivindica ter feito o disparo. Após
uma reconstituição feita em 1998, o verdadeiro autor do tiro é revelado: o
australiano Cedric Popkin, que morreu sem saber da proeza.
O Filme
The
Red Baron – O Barão Vermelho, Alemanha, Guerra, 2009, 105 minutos.
Com:
Matthias Schweighöfer, Til Schweiger, Lena Headey, Joseph Fiennes.
Direção:
Nikolai Muellerschöen.
Este
filme alemão, O Barão Vermelho, conta a história do lendário Barão Vermelho, o
barão Manfred von Richthofen, considerado um dos maiores pilotos, não só da
primeira guerra mundial, mas também de todos os tempos.
O
filme tem muitos efeitos especiais, único jeito de recriar o ambiente da
primeira guerra mundial com a maior precisão possível. Vale destacar que o
melhor destes efeitos são os combates aéreos. Imagens belas, de boa qualidade,
velozes, empolgantes e, sobre tudo, ricas em detalhes para que o espectador
tenha uma visão completa dos aviões da época e de como foram as luta por
dominar o espaço aéreo nesse terrível e sanguinário conflito, onde os aviões
mostraram, pela primeira vez, em grande escala, o poder de destruição que tem.
LINK: (escolha a opção 'baixar para pelo navegador"):
Barão Vermelho (arquivo e legenda devem estar juntos no mesmo lugar)
Barão Vermelho (arquivo e legenda devem estar juntos no mesmo lugar)
QUESTÕES DO TRABALHO
1 - Explique o que era a "Paz Armada".
2 - Leia o texto extraído de uma recente biografia espanhola a respeito do Barão vermelho:
"Sou
um caçador por natureza", escreve Von Richtofen no O avião vermelho de
combate. "Quando derrubo um inglês, minha paixão pela caça se acalma por
pelo menos quinze minutos." É difícil conciliar esse comentário frívolo à
realidade dos aviadores, uivando em suas quedas desesperadas enquanto são
consumidos como tochas em seus aviões incendiados. E o Barão acrescenta:
"Caçadores precisam de troféus." Assim justifica um de seus costumes
- além de matar pessoas - que mais causa aversão: sua obsessão por recolher ou
arrancar elementos dos aviões que derrubava, metralhadoras, pás de hélices e
especialmente os números de identificação que arrancava como terríveis lembranças
das suas vitórias. Com eles, decorou um quarto na sua casa. Alguém pode se
perguntar como conseguia se sentir confortável sentado ali, entre recordações
do destino fatal de tantos aviadores, e não perceber o espectro da morte que
também o assombrava. Quando o derrubaram - já convertido em lenda -, em uma
assustadora imitação do seu costume, as mãos ávidas dos soldados aliados
arrancaram lembranças da sua máquina voadora e do seu corpo inerte, inclusive
as suas botas. Desde a sua primeira morte, Von Richtofen encomendou em um
joalheiro uma taça de prata, uma para cada inimigo abatido."
Agora responda:
a) onde está presente o nacionalismo na fala do Barão?
b) como o avião mudou o equilíbrio de forças nas batalhas?
3 - Cite a principal característica militar pela qual ficou conhecido a Primeira Guerra Mundial.
4 - A figura mítica do "ás imbatível" é utilizada pelos alemães para motivar o seu exercito combalido nas trincheiras e nas diversas derrotas sangrentas. Mas qual o outro lado da guerra descoberto pela personagem do filme?
Um comentário:
As respostas
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