A história da descoberta dos
pterossauros começou em 1784, com a primeira e inusitada , descrição de um desses animais
na literatura científica. Isso aconteceu quando o historiador e naturalista
italiano Cosimo A. Collini (1727-1806), então curador do Museu de Mannheim
(Alemanha), recebeu um esqueleto completo. O próprio Cuvier, em 1809,
cunhou o termo Pterodactylus (“dedo alado”, em grego). Curiosamente, a palavra
dinossauro (lagarto terrível, também em grego) só seria criada algumas
décadas depois, em 1842, pelo paleontólogo inglês Richard Owen (1804-1892).
(primeiro esqueleto encontrado)
A denominação Pterossauro
(réptil alado) é utilizada para descrever os primeiros répteis voadores, que
dominaram os céus durante 150 milhões de anos. Eles surgiram muito antes das
aves que conhecemos atualmente. Os pterossauros foram os maiores animais
voadores de todos os tempos.
Os pterossauros eram hábeis
predadores piscívoros ( que se alimentam de peixes). Eles capturavam suas
presas através de vôos rasantes sobre o mar. O esqueleto era formado por ossos
ocos, semelhantes aos das aves e a pele era muito parecida com a dos morcegos.
Seus ossos eram tão eficientes, que podem ser comparados às estruturas que
sustentam os aviões modernos. Alguns pterossauros, muito pequenos, eram
insectívoros, ou seja, alimentava-se de insetos.
Uns dos maiores pterosauros
que existiram foram os Pteranodons. Suas asas gigantes chegavam a medir 8m de
envergadura. Ele era um dos Reis dos ares planando nas zonas costeiras. Os
pteranodons viveram por volta de 85 a 75 milhões de anos no período Cretáceo.
Eles faziam seus ninhos bem no
alto e por serem pouco ágeis em terra firme, acredita-se que alimentavam suas
crias no ar. Pesavam cerca de 30kg e mediam mais ou menos 2m de altura. Para
decolar, os pteranodons tinham que aproveitar rajadas de vento ou atirar-se de
lugares elevados.
Nos últimos anos, os depósitos
fossilíferos que mais têm fornecido exemplares fascinantes de pterossauros
talvez sejam os existentes na bacia geológica do Araripe, no sul do Ceará, no
Nordeste. Essa bacia formou-se durante a separação da América do Sul e da
África, entre 133 e 100 milhões de anos. O primeiro exemplar encontrado nessa
região pertencia a um colecionador particular, que o doou para um dos mais
importantes pesquisadores de répteis fósseis brasileiros, Llewellyn Ivor Price
(1905-1980). O material era composto por restos de uma asa, e a espécie recebeu
o nome Araripesaurus castilhoi. Depois dessa descoberta, diversos outros
pterossauros foram encontrados na bacia do Araripe e estudados por vários
pesquisadores. Uma grande parte desses fósseis, no entanto, é bastante
incompleta, o que torna sua identificação (quanto à família) mais complexa.
Entre os pterossauros mais importantes encontrados ali estão os do gênero
Anhanguera, termo derivado da língua indígena tupi, que significa “diabo velho”.
As razões da escolha desse nome estão nas características do crânio do animal,
que apresenta duas cristas (nas pontas das arcadas superior e inferior) e
grandes dentes situados na extremidade das mandíbulas, o que confere a ele um
aspecto terrível (figura 6). Isso sem contar que alguns tinham asas com
envergadura de 5 a 6 m. Acredita-se que as espécies de Anhanguera estavam entre
os maiores predadores alados de sua época, alimentando-se dos peixes que
existiam em abundância na laguna do Araripe há 110 milhões de anos. Outro
pterossauro de aspecto interessante encontrado nas rochas cearenses é Tapejara
wellnhoferi, que não tinha dentes e era de pequeno porte, com envergadura entre
1,5 e 2 m.
BACIA PERNAMBUCO-PARAÍBA
Grupo (família) Nyctosauridae
Nyctosaurus lamegoi (Price, 1953)
NA BACIA DO ARARIPE
Grupo (família) Anhangueridae
Anhanguera* araripensis (Wellnhofer,
1985) Anhanguera* santanae (Wellnhofer,
1985) Anhanguera blittersdorffi (Campos
& Kellner, 1985) Anhanguera piscator
(Kellner & Tomida, 2001) Anhanguera* robustus (Wellnhofer, 1987) Tropeognathus
mesembrinus (Wellnhofer, 1987) Grupo (família)
Tapejaridae Tapejara wellnhoferi
(Kellner, 1989) Tapejara imperator
(Campos & Kellner, 1997) Tupuxuara longicristatus (Kellner & Campos, 1988) Tupuxuara
leonardii (Kellner & Campos, 1994)
Grupo (família) indeterminado Araripesaurus castilhoi (Price, 1971) Araripedactylus dehmi (Wellnhofer, 1977) Santanadactylus
brasiliensis (Buisonjé, 1980)
Brasileodactylus araripensis (Kellner,
1984) ‘Santanadactylus’ spixi
(Wellnhofer, 1985) ‘Santanadactylus’* pricei (Wellnhofer, 1985) Cearadactylus atrox (Leonardi & Borgomaneri, 1985)
‘Cearadactylus’ ligabuei (Dalla Vecchia,
1993) Arthurdactylus conandoylei (Frey
& Martill, 1994)
Alguns museus brasileiros
exibem restos fósseis de pterossauros em sua área de exposição. Entre eles
destacam-se o Museu Nacional na Quinta da Boa Vista e o Museu de Ciências da
Terra (do Departamento Nacional de Produção Mineral), ambos no Rio de Janeiro,
e o Museu de Paleontologia de Santana do Cariri, administrado pela Universidade
Regional do Cariri, no Ceará. Maiores informações sobre as pesquisas de fósseis
brasileiros, em particular dinossauros e pterossauros, podem ser obtidas no
site:
Embora raros, os registros que
os cientistas têm mostram que os pterossauros, com suas asas, “bicos”, cristas,
dentes e outras características curiosas, cruzaram os céus do planeta durante
mais de 150 milhões de anos, tendo sido extintos juntamente com os dinossauros,
há cerca de 65 milhões de anos. No entanto, o estudo dessas criaturas
fascinantes ainda está em seu início. Pouco sabemos sobre eles e será
necessário um grande número de trabalhos de campo e pesquisas para que possamos
ter uma idéia mais precisa da sua origem, sua evolução e seu desaparecimento.
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ATIVIDADE - 6ºano 2018: Desafio Jurássico
Link do esqueleto: Pterossauro (clique e realize o download)
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