19/03/2018

Pterossauros - primeiros vertebrados voadores



A história da descoberta dos pterossauros começou em 1784, com a primeira  e inusitada , descrição de um desses animais na literatura científica. Isso aconteceu quando o historiador e naturalista italiano Cosimo A. Collini (1727-1806), então curador do Museu de Mannheim (Alemanha), recebeu um esqueleto completo. O próprio Cuvier, em 1809, cunhou o termo Pterodactylus (“dedo alado”, em grego). Curiosamente, a palavra dinossauro (lagarto terrível, também em grego) só seria criada algumas décadas depois, em 1842, pelo paleontólogo inglês Richard Owen (1804-1892).



(primeiro esqueleto encontrado)


A denominação Pterossauro (réptil alado) é utilizada para descrever os primeiros répteis voadores, que dominaram os céus durante 150 milhões de anos. Eles surgiram muito antes das aves que conhecemos atualmente. Os pterossauros foram os maiores animais voadores de todos os tempos.
Os pterossauros eram hábeis predadores piscívoros ( que se alimentam de peixes). Eles capturavam suas presas através de vôos rasantes sobre o mar. O esqueleto era formado por ossos ocos, semelhantes aos das aves e a pele era muito parecida com a dos morcegos. Seus ossos eram tão eficientes, que podem ser comparados às estruturas que sustentam os aviões modernos. Alguns pterossauros, muito pequenos, eram insectívoros, ou seja, alimentava-se de insetos.
Uns dos maiores pterosauros que existiram foram os Pteranodons. Suas asas gigantes chegavam a medir 8m de envergadura. Ele era um dos Reis dos ares planando nas zonas costeiras. Os pteranodons viveram por volta de 85 a 75 milhões de anos no período Cretáceo.



Eles faziam seus ninhos bem no alto e por serem pouco ágeis em terra firme, acredita-se que alimentavam suas crias no ar. Pesavam cerca de 30kg e mediam mais ou menos 2m de altura. Para decolar, os pteranodons tinham que aproveitar rajadas de vento ou atirar-se de lugares elevados.


Em 1985, foi encontrado no Ceará, um crânio de pterossauro com cerca de 57cm de comprimento e mandíbulas achatadas em forma de espátula. Ele foi enquadrado em uma nova espécie denominada Cearadáctilo, "Dente do Ceará". O cearadáctilo viveu no fim do período Cretáceo, por volta de 66 milhões de anos atrás.
Nos últimos anos, os depósitos fossilíferos que mais têm fornecido exemplares fascinantes de pterossauros talvez sejam os existentes na bacia geológica do Araripe, no sul do Ceará, no Nordeste. Essa bacia formou-se durante a separação da América do Sul e da África, entre 133 e 100 milhões de anos. O primeiro exemplar encontrado nessa região pertencia a um colecionador particular, que o doou para um dos mais importantes pesquisadores de répteis fósseis brasileiros, Llewellyn Ivor Price (1905-1980). O material era composto por restos de uma asa, e a espécie recebeu o nome Araripesaurus castilhoi. Depois dessa descoberta, diversos outros pterossauros foram encontrados na bacia do Araripe e estudados por vários pesquisadores. Uma grande parte desses fósseis, no entanto, é bastante incompleta, o que torna sua identificação (quanto à família) mais complexa. Entre os pterossauros mais importantes encontrados ali estão os do gênero Anhanguera, termo derivado da língua indígena tupi, que significa “diabo velho”. As razões da escolha desse nome estão nas características do crânio do animal, que apresenta duas cristas (nas pontas das arcadas superior e inferior) e grandes dentes situados na extremidade das mandíbulas, o que confere a ele um aspecto terrível (figura 6). Isso sem contar que alguns tinham asas com envergadura de 5 a 6 m. Acredita-se que as espécies de Anhanguera estavam entre os maiores predadores alados de sua época, alimentando-se dos peixes que existiam em abundância na laguna do Araripe há 110 milhões de anos. Outro pterossauro de aspecto interessante encontrado nas rochas cearenses é Tapejara wellnhoferi, que não tinha dentes e era de pequeno porte, com envergadura entre 1,5 e 2 m.




BACIA PERNAMBUCO-PARAÍBA

Grupo (família) Nyctosauridae Nyctosaurus lamegoi (Price, 1953)

NA BACIA DO ARARIPE

Grupo (família) Anhangueridae Anhanguera* araripensis  (Wellnhofer, 1985) Anhanguera* santanae  (Wellnhofer, 1985) Anhanguera blittersdorffi  (Campos & Kellner, 1985) Anhanguera piscator  (Kellner & Tomida, 2001) Anhanguera* robustus  (Wellnhofer, 1987) Tropeognathus mesembrinus  (Wellnhofer, 1987) Grupo (família) Tapejaridae Tapejara wellnhoferi  (Kellner, 1989) Tapejara imperator  (Campos & Kellner, 1997) Tupuxuara longicristatus  (Kellner & Campos, 1988) Tupuxuara leonardii  (Kellner & Campos, 1994) Grupo (família) indeterminado Araripesaurus castilhoi  (Price, 1971) Araripedactylus dehmi  (Wellnhofer, 1977) Santanadactylus brasiliensis  (Buisonjé, 1980) Brasileodactylus araripensis  (Kellner, 1984) ‘Santanadactylus’ spixi  (Wellnhofer, 1985) ‘Santanadactylus’* pricei  (Wellnhofer, 1985) Cearadactylus atrox  (Leonardi & Borgomaneri, 1985) ‘Cearadactylus’ ligabuei  (Dalla Vecchia, 1993) Arthurdactylus conandoylei  (Frey & Martill, 1994)



Alguns museus brasileiros exibem restos fósseis de pterossauros em sua área de exposição. Entre eles destacam-se o Museu Nacional na Quinta da Boa Vista e o Museu de Ciências da Terra (do Departamento Nacional de Produção Mineral), ambos no Rio de Janeiro, e o Museu de Paleontologia de Santana do Cariri, administrado pela Universidade Regional do Cariri, no Ceará. Maiores informações sobre as pesquisas de fósseis brasileiros, em particular dinossauros e pterossauros, podem ser obtidas no site:







Embora raros, os registros que os cientistas têm mostram que os pterossauros, com suas asas, “bicos”, cristas, dentes e outras características curiosas, cruzaram os céus do planeta durante mais de 150 milhões de anos, tendo sido extintos juntamente com os dinossauros, há cerca de 65 milhões de anos. No entanto, o estudo dessas criaturas fascinantes ainda está em seu início. Pouco sabemos sobre eles e será necessário um grande número de trabalhos de campo e pesquisas para que possamos ter uma idéia mais precisa da sua origem, sua evolução e seu desaparecimento.


____________________________________________________________________________

ATIVIDADE - 6ºano 2018: Desafio Jurássico

Link do esqueleto: Pterossauro (clique e realize o download)

____________________________________________________________________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...