28/06/2017

Egito Antigo: O pão e a fermentação



Há estudos que apontam que os pães começaram a ser produzidos há aproximadamente seis mil anos, na região da Mesopotâmia, onde hoje está situado o Iraque, e foram difundidos por várias civilizações da Antiguidade. Esse pão era resultado de uma mistura seca, dura e amarga feita à base de farinha de trigo. A origem do pão está intimamente ligada ao processo de sedentarização do homem, quando se iniciou o desenvolvimento da agricultura, sendo o trigo um dos cereais resultantes dessa atividade produtiva.




Antes de o homem aprender a produzir fermento, eles guardavam um pouco da massa crua de cada batelada para misturar com a seguinte. Entre as bateladas, a massa azedava, ou fermentava, por ação de leveduras do ar. Quando  misturadas com massa fresca, causava o crescimento de toda a massa. Massa fermentada ainda é utilizada hoje em dia para a produção do que é chamado pão de massa azeda.




 Atribui-se aos antigos egípcios o descobrimento do processo de fermentação; eles usavam este princípio por volta do ano 2600 AC. Os egípcios forma provavelmente os primeiros a considerar a panificação como uma forma de arte..  Alguns baixo-relevos encontrados em templos egípcios mostravam que eles já sabiam cultivar cereais desde 6000 AC. Os egípcios eram grande bebedores de cerveja e aplicaram seus conhecimentos sobre o processo de fermentação para a elaboração do pão. Os gregos chamavam os egípcios de "arthophagoi", ou "comedores de pão". O primeiro testemunho escrito vem de Heródoto que, em 450 AC, escreveu "todos estão temerosos de alimentos fermentados, mas os egípcios fazem uma massa de pão fermentada".A produção de pão teve o seu maior desenvolvimento no Antigo Egito, não só devido às grandes produções de trigo nas férteis margens do Nilo, como pelos enormes progressos na produção e peneiração da farinha, na preparação da massa que amassavam com os pés, e na fermentação das massas com o mosto da preparação do vinho e da cerveja, e na cozedura sobre pedra quente ou em vasos de cerâmica colocados no meio das brasas.



Pão Cónico
 Coleção do Museu de Agricultura do Cairo

   Encontramos já no Antigo Egito corporações de Padeiros, claramente identificadas. O padeiro real gozava de regalias especiais conferidas pelos Faraós, que, acreditando na vida eterna, se faziam acompanhar de pão nos seus sarcófagos. Mas, a sacralidade do pão não se resumia apenas a este fim. O pão era uma oferta privilegiada aos deuses. Sabe-se que Ramsés III ofereceu em vida mais de 200000 bolachas e mais de 6000 pães aos templos.


Pão Redondo
Coleção do Museu de Agricultura do Cairo



Os egípcios consumiam cerca de 30 variedades de pão no formato redondo, oval, triangular, cônico, sendo que este era dedicado aos deuses e, provavelmente, recebia sementes de cominhos. Havia também um pão de forma a servir de prato circundado de pãezinhos de diferentes tipos com que acompanhavam a refeição quando se comia deitado e com que limpavam os dedos na refeição tomada à mão. Havia, igualmente, um pão preparado com a farinha de lótus, misturando-se água e leite. Essa massa poderia ser enriquecida com ovos, mel, frutas como o figo e uma pasta de tâmaras e mel.





Além de criar variações alterando ingredientes, os egípcios também foram os primeiros a construir fornos especiais para cozer o pão. Eram estruturas de barro em forma de colmeia ou de barril, com dois compartimentos, um em cima e outro em baixo. No compartimento inferior ficava o fogo, cujo calor, contido e absorvido pelas paredes do forno, subia gradualmente, garantindo uma temperatura elevada e estável. Os pães eram colocados no compartimento superior, que permanecia fechado durante o cozimento. O calor intenso irradiado pelas espessas paredes de argila fazia a massa «subir» quase instantaneamente, estimulando a fermentação e transformando em vapor a umidade da massa. Ao umedecer a atmosfera, o vapor retardava a formação da crosta, permitindo que o pão dilatasse ao máximo. Por fim, à medida que o pão cozia e o ar dentro do forno ia perdendo a umidade, formava-se uma crosta dourada e crocante, ao mesmo tempo que se completava o cozimento interno.



O processo de fermentação foi uma técnica desenvolvida pelos egípcios por volta de 4000 a.C., dando ao pão o aspecto pelo qual o conhecemos hoje em dia. Antes de o homem aprender a produzir fermento, eles guardavam um pouco da massa crua de cada batelada para misturar com a seguinte. Entre as bateladas, a massa azedava, ou fermentava, por ação de leveduras do ar. Quando  misturadas com massa fresca, causava o crescimento de toda a massa. Massa fermentada ainda é utilizada hoje em dia para a produção do que é chamado pão de massa azeda.  Por ser um produto extremamente necessário à alimentação, ele foi usado durante muitos séculos também como moeda. Há indícios de que os faraós o utilizavam como meio de pagamento para serviços realizados.



Padarias






Os gregos, que atribuíam a origem do pão aos deuses deram a ele um caráter sagrado. Nós devemos aos gregos a instituição das padarias como estabelecimentos comerciais públicos, e eles ensinaram isto aos romanos. A grande expansão do pão em Roma causou o nascimento da primeira associação oficial de panificadores. Seus membros gozavam de um status muito privilegiado. Eles eram livres de alguns deveres sociais e isentos de muitos impostos. A panificação tornou-se tão prestigiosa durante o Império Romano, que era considerada no mesmo nível que outras artes, como escultura, arquitetura ou literatura. Até politicamente, as classes dominantes usavam pão para satisfazer o povo e fazê-los esquecer os problemas econômicos oriundos da expansão do Império.
As legiões romanas levaram o pão para a Península Ibérica, apesar de várias referências afirmarem que o processo de panificação já era conhecido por lá, especialmente sobre fermentação pois eles usavam a espuma da cerveja como fermento, o que produzia um pão mais leve e esponjoso do que o dos romanos, que ainda usavam o resto de massa velhas para a fermentação. Os romanos melhoraram o processo de moagem, e como resultado disto foram os primeiros a produzir pão branco. Antes disto, somente fazia-se pães escuros, de grãos integrais. Por volta de 100 a.C., Roma possuía mais de 200 padarias comerciais. Uma escola para padeiros foi criada pelos romanos no século I.
A medida que o pão foi crescendo de importância na vida das pessoas ele começou a fazer parte de suas tradições religiosas. Por exemplo, a Bíblia relata que os antigos hebreus faziam matzota antes da fuga do Egito. Os judeus comem este tipo de pão durante o festival de Passover. A Igreja Católica prega que, durante a  celebração da Missa, o padre transforma o pão no corpo de Jesus Cristo.
Durante a Idade Média, o pão era feito artesanalmente no ambiente doméstico pelos camponeses. A limitação agrícola e técnica que tinha essa classe social não possibilitava a produção de pães fermentados, o que resultava em um produto de menor qualidade. Situação diferente era a vivenciada pelos senhores feudais, que consumiam pães de maior qualidade produzidos nas padarias dos castelos.
Com a Revolução Industrial, a produção do pão ganhou um forte impulso, seja no aumento de terras destinadas ao plantio do trigo, seja no desenvolvimento de técnicas de moagem do cereal nos moinhos, passando dos moinhos de tração animal ou humana aos moinhos a vapor, que começaram a surgir em 1784. A grande produção que se verificou se destinava a alimentar principalmente a classe operária que crescia nas cidades industriais, criando condições para uma produção em larga escala.
O pão chegou a ser inclusive um dos motivos de eclosão da Revolução Francesa. Sendo base da alimentação da população francesa há séculos, a severa queda na produção do cereal tornou o alimento caro e escasso. Este foi um dos motivos que levaram à revolta da população francesa e à queda do rei Luís XVI.



Ao longo dos séculos, com o aumento das viagens e trocas entre os países, aumentou proporcionalmente as variedades de pães. Mais e mais pessoas em todo lugar aprenderam sobre os diferentes tipos de pão que são feitas nas áreas mais afastadas do mundo. Apesar desse desenvolvimento, uma boa parcela da população mundial ainda não tem acesso a esse alimento cotidianamente.


                                       Jean Hélion - Les Pains, 1951






Atividade de Férias - 6º. Ano
"Fermento Biológico"


Este fermento natural também é conhecido na Itália como pasta madre, na França como levain, aqui no Brasil ele recebe outros nomes além desses,como “pão de Cristo”, chef, mãe, sourdogh starter,sendo levain, o mais popular em São Paulo. O Levain é um fermento natural e consiste basicamente de uma massa obtida pela mistura de farinha e água. Ao ser exposta, é contaminada por micro-organismos dispersos no ambiente que devem encontrar nessa massa um ótimo meio de crescimento. Isso ocasiona uma série de fermentações não controláveis, diferentes de quando utilizamos o fermento biológico industrializado.
Essas fermentações produzem gás carbônico e alguns ácidos, sendo os mais comuns o acético e o lático. Depois do período de “incubação” essa massa tem condições de servir como fermento, ou seja, como agente de crescimento para outras massas. A utilização do fermento natural embora se dê em casos específicos (visto que agrega um sabor ácido) pode ser feita em qualquer tipo de pão.



O Sourdough de San Francisco tem sabor especial devido à bactéria local chamada de Lactobacillus Sanfrancisco.
Um pão feito com levain é nutricionalmente mais interessante que um pão feito com fermento biológico comum.
Vantagens:
  • Melhor digestão;
  • Melhor absorção de ingredientes;
  • A validade após assado é maior;
  • Ajuda a equilibrar flora intestinal;
  • Auxilia as pessoas que sofrem de intolerância a lactose
O gosto do pão feito com levain costuma ser bastante peculiar, mais ácido e muito mais aromático.

Regras gerais
1.    Sempre use um recipiente de vidro ou esmalte.
2.    Sempre deixe descansar em um lugar que não fique vibrando.
3.    Não coloque no sol.
4.    Não use água da torneira, ela tem cloro e pode acabar matando os microorganismos. Use água mineral.


     Ingredientes:

     Água mineral
     Farinha de trigo integral ou orgânica




1 -Fermento caseiro - passo a passo



2 - Pão com fermento biológico caseiro



3 - Pizza com fermento biológico caseiro





4 - Pão caseiro recheado





Como alimento o fermento ?
Ingredientes
3 partes de farinha de trigo integral orgânica
3 partes de água

Para alimentar o fermento é bem fácil, basta colocar os ingredientes dentro do recipiente que ele está e mexer. Se você achar que tem pouco fermento aumente a quantidade de ingredientes. Depois é só esperar crescer e voltar a guardar na geladeira.

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