26/10/2013

[Ensino Fundamental - 7º Ano] Material para o Teatro - Representações das Sociedades Indígenas



Os homens (Maia)

O sol já existia e os deuses já haviam descansado. As árvores estavam em flor, os peixes percorriam as águas, os pássaros voavam nos ares e uma multidão de animais havia invadido a terra.
Mas nenhum deles tinha consciência de que devia dar graças a alguém pela criação do sol.
Os deuses ficaram ofendidos e decepcionados.
- Vamos criar um homem, pensaram eles. Eles sim nos conhecerá e nos será reconhecido.
E aconteceu conforme eles disseram.
Tlaloc, o deus azul, modelou às pressas um homem com argila, porque queria ser o primeiro. Mas não é à toa que se diz: "a pressa é inimiga da perfeição" - o homem de argila nem sequer era capaz de ficar em pé e, na primeira poça que encontrou, a água o fez derreter; dele restou somente um montinho de lama suja.
- Só podia ser ideia de Tlaloc, fazer m homem de argila, caçoou Xipe Totec, o deus vermelho. Vocês vão ver, os homens que vou fazer não vão derreter tão facilmente.
Ele pegou uma faca de obsidiana, cortou alguns galhos e com eles fabricou fantoches, que tinham braços, pernas, narizes e, é claro, não derretiam na água. Os deuses lhes deram vida.
Mas quando passaram a viver, os homens de madeira continuaram a se comportar como fantoches: nunca um sorriso lhes iluminava o rosto, nunca uma lágrima escorria de seus olhos. Eles surravam seus cães sem piedade, e não lhes davam nada para comer; deixavam as travessas e as panelas no fogo tanto tempo que chegavam a estourar. Brigavam entre si a ponto de racharem seus membros de madeira.
Aquela gente não agradou nem um pouco aos deuses, e por isso teve um fim lamentável.
Um belo dia os animais, as panelas, os bastões e as pedras os atacaram.
Fizeram uma grande fogueira e jogaram nela de uma vez todos os homens de madeira, para que se consumissem como os galhos comuns dos quais Xipe Totec os fizera.
- "A argila e a madeira são materiais muito comuns: não servem para fabricar homens. Ouro, o ouro é o que existe de mais caro e precioso. Vamos usar ouro para fabricar homens."
E Tezcatlipoca modelou homens de ouro. Não fez muitos, mas eles resplandeciam tanto que ofuscavam os olhos. Eram no entanto tão belos que todo mundo os servia e todo mundo os temia, e eles se apossavam sem vergonha de tudo aquilo que desejavam.
Tezcatlipoca estava muito contente em ver os seus homens de ouro sendo tão respeitados e homenageados, mas Quetzalcoatl, deus branco, declarou:
- O mundo não precisa dessas criaturas douradas. Elas nunca mexem um dedo, e vivem do trabalho alheio. Homens de verdade merecem a vida se forem capazes de se sustentarem. E eu desejo criar seres assim!
Ele fez uma massa de milho branco e de milho amarelo e deu um leve corte, para misturar a ela um pouco de seu sangue. Em seguida, moldou cuidadosamente o tronco, a cabeça e os membros. O homem estava terminado. Quetzalcoaltl lhes insuflou a vida, e a aurora surgiu.
A partir daqueles instante é que em nosso mundo existem os índios, o povo nascido do sangue de Queatzalcoaltl. Eles caçavam, cultivavam suas lavouras, e quando tinham necessidade de um conselho se dirigiam ao seu benfazejo criador.
É verdade que ainda restavam entre eles algumas das criaturas feitas de ouro, e que deviam servi-las. Mas o povo de Quetzalcoaltl crescia de forma constante, enquanto os homens de ouro desapareciam pouco a pouco.



(aguarde a digitação do restante do material)
(Pessoal do 8Ano, o material será adicionado também, aguarde)

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