05/03/2013

Mesopotâmia: vida cotidiana e vestimenta

Mapa do "Crescente Fértil", com a Mesopotâmia a leste (direita), com índice de chuvas na região.
Para aprofundarmos um pouco o que vimos em sala de aula, utilizaremos hoje as pesquisas da professora Historiadora Valéria Pereira. Este texto trara novas informações a respeito da vida cotidiana e da vestimenta na Mesopotâmia.
Parece que o Paraíso Terrestre ficava em algum lugar na Mesopotâmia, se acreditarmos em algumas fontes bíblicas, os mais antigos registros do imaginário ocidental. Durante muito tempo a história preocupou-se mais em apresentar as criações dos poetas, filósofos, legisladores, conquistadores e líderes políticos. A base da pirâmide social, a gente do povo, aqueles que devem ganhar a vida através do trabalho duro, foram durante muito tempo ignorados.


Antigos carros de guerra representados no Estandarte de Ur, ca. 2.500 a.C.
 Durante muito tempo, esta base da pirâmide foi constituída pelos camponeses que se dedicavam à agricultura e à criação de animais, trabalhando de sol a sol. E assim era na Mesopotâmia; viviam em casas simples e modestas, com mobiliário e indumentária escassos. Os trajes identificavam as diferenças sociais, pois tratava-se já de uma sociedade bastante diversificada e hierarquizada - as roupas também eram símbolos de poder e riqueza, diferenciando as camadas sociais.

Painéis da "Paz" acima e "Guerra", abaixo, Estandarte Real de Ur, em conchas, calcário, lápis-lázuli e betume, ca. 2.600 a.C., British Museum.

Mesopotâmia significa, em grego, "país entre rios", ou seja, os rios Tigre e Eufrates que banham seu território, local de surgimento de várias civilizações e dos primeiros grandes impérios (a própria idéia de império surge na Acádia, com Sargão I).

Fragmento da estela da vitória do rei Eannatum, de Lagash, sobre Umma, conhecida como "Estela dos Abutres". Cálcario, ca. de 2.450 a.C., período sumério arcaico. Encontrada em 1881 em Girsu (hoje Tello, Iraque), Mesopotâmia, por Edouard de Sarzec.

A civilização Sumérica e Acádica constituiu a base sobre a qual se assentaram várias civilizações posteriores, que se sucederam no tempo. Aqui nasceram a escritura, as primeiras escolas, a literatura, a medicina, o desenvolvimento das artes - este é o legado das primeiras civilizações oriundas da agricultura irrigada de cereais, cujo impulso inicial foi a Revolução Agrícola do Neolítico.
Estandarte de Ur, detalhe.
Tabuleta do rei Ur-Niná de Lagash, 2494-65 a.C., Museu do Louvre.


Intendente Ebih-Il, ca. 2300 a.C, de frente e perfil, Museu do Louvre.


A indumentária na Mesopotâmia

Mesopotâmia: região situada entre os rios Eufrates e Tigre, onde se desenvolveram várias culturas no IV milênio a.C.
Principais civilizações na Mesopotâmia: Suméria, Assíria, Babilônia.
Mesopotâmia: clima quente e solo fértil. Considerada o berço das civilizações.
- Invenção da escrita cuneiforme pelos sumérios em 3.500 a.C.

Indumentária na Suméria:
  • Saiote de pele com pêlo animal (kaunakés). Característica: tufos de lã visíveis externamente na peça.
  • Conhecimento da tecelagem.
  • Indumentária: características ainda primitivas.
  • Base das roupas: pele animal ou tecido artesanal. Os tufos acabam se deslocando para as extremidades, transformando-se em franjas (servindo como adorno e acabamento para o tecido).
HOMENS: kaunakés mais curtos (às vezes até a panturrilha), algumas vezes com o torso nu.
MULHERES: trajes longos cobrindo o colo.
  • Os trajes que cobriam todo o corpo de ambos os sexos eram às vezes enrolados em todo o corpo. Mais tarde, estes trajes foram substituídos por uma túnica com mangas.
  • Tecidos mais usados: algodão (produzido na Mesopotâmia ou importado da Índia), lã e linho e, mais tarde, acesso à seda, vinda da China.
  • A suntuosidade das roupas e acessórios indica a posição de prestígio social de quem as usa.
 

2 comentários:

Dra. Beatriz F. Carunchio disse...

Oi. Passei para conhecer o seu blog e também estou seguindo. Adoro história!

Unknown disse...

Aulas melhores do que as dadas em escolas públicas daqui.
Afinal, quem quer aprender vai à procura, né mesmo? Seu blog contribui muito pra isso.

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